ADMINISTRANDO A GLOBALIZAÇÃO

domingo, 23 de novembro de 2008

Negociações para Rodada de Doha

O porta-voz da presidência da República, Marcelo Baumbach, disse nesta quarta-feira (12) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá apresentar os princípios que o Brasil crê que sejam necessários para criar uma nova ordem econômica na reunião do G-20, em Washington (EUA).

Segundo ele, Lula vai insistir também na retomada das negociações da Rodada Doha. Baumbach explicou que o presidente considera que esse é o momento ideal para que se tomem decisões políticas e se chegue a um acordo global para abertura do comércio.

“A cúpula visa o debate sobre a crise e demonstra a vontade política mundial inédita para resolvê-la. Estamos longe de superar a crise que se expande para outras áreas do globo e para a economia real e, por isso, são necessários mais esforços. O G-20 congrega nações avançadas e emergentes e se tornou o foro com maior representatividade e legitimidade para debater o problema global”, disse Baumbach em entrevista coletiva nesta quarta.

Segundo ele, a cúpula “marca o inicio de uma ação coordenada e global para formação de uma nova arquitetura financeira global”. O porta-voz disse que o presidente Lula irá salientar a necessidade de iniciativas imediatas que tragam a liquidez de volta aos mercados e confiança no sistema financeiro. “É preciso que se lance um arcabouço para fiscalização dos mercados, seja pelos atuais instrumentos ou por novas iniciativa”, afirmou Baumbach.

Lula chega em Washington na tarde de quinta-feira (13) e no dia seguinte se reúne com o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, e com a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner. Nessas reuniões, o presidente deve afinar as posições que serão apresentadas na reunião de cúpula do dias seguinte.

Lula também pode se reunir com os primeiros-ministros britânico, Gordon Brown, e japonês, Taro Aso, que pediram encontros bilaterais. Mas, segundo o porta-voz, ainda não houve um acerto de agenda entre os mandatários.

A reunião da cúpula começa no sábado, dia 15. A plenária começas por volta das 9 horas. Às 13 horas, o presidente dos Estados Unidos, George Bush, oferece um almoço aos chefes de Estado, quando eles discutiram aspectos relacionados à negociação da rodada de Doha. Após o almoço, Lula se reúne com o presidente da China, Hu Jintao.

Princípios

O porta-voz da presidência reafirmou a expectativa do presidente sobre a reunião, dizendo que não se deve esperar por grandes decisões. Porém, disse que o Brasil vê o encontro como o primeiro de muitos que vão ajudar a formatar novos procedimentos para o sistema financeiro.

“É uma reunião de formação de consensos e princípios para atacar os problemas que enfrentamos. Levaremos posições brasileiras, mas o mais importante é levar os princípios que Brasil crê para que se possa combater a crise”, disse.

Segundo ele, entre os princípios que o presidente Lula irá defender estarão novos conceitos de “representatividade e da legitimidade” dos atores que discutirão as soluções para a crise. “As instituições financeiras tem que mudar e se abrir para maior participação do G-20 e outros países, porque o presidente acha que outros devem participar dessa discussão”, explicou.

Baumbach disse que Lula pedirá aos demais países que cuidem da governança doméstica para que suas ações não tenham efeitos sobre as nações pobres. “O presidente também levará o princípio de que é preciso um mecanismo de prevenção de crises financeiras sistêmicas”, contou.

Doha

Lula quer usar o almoço oferecido por Bush para reabrir as conversas sobre a Rodada Doha. Segundo o porta-voz, a expectativa do presidente é encontrar consenso em nível político para acordo de Doha. “O presidente avalia que faltaram poucos detalhes para fechar a negociação e que esse é um momento ideal para se chegar a um acordo”.

Obama

O porta-voz disse que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, informou a Lula durante o telefonema da terça-feira (11) que estará em Chicago no dia da reunião do G-20. Contudo, ele não descartou que assessores de Lula se reúnam com assessores de Obama.

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