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domingo, 23 de novembro de 2008

Lula: Eleição de Obama foi a primeira conseqüência da crise econômica


Roma, 11 nov (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais dos Estados Unidos é a primeira conseqüência da crise financeira mundial.


"Não é pouca coisa um negro presidente dos EUA", declarou Lula em um seminário organizado por centrais sindicais italianas em Roma, onde está em visita oficial.


"Como não foi pouca coisa - continuou em referência a si mesmo, a Evo Morales e a Fernando Lugo - escolher um torneiro mecânico como presidente do Brasil, um indígena presidente da Bolívia e um bispo da Igreja Católica presidente do Paraguai", declarou.


Lula afirmou que a atual crise mostra "a fase mais perversa da globalização, já que afeta a economia real e as empresas multinacionais demitem operários no mundo todo apesar de a situação nascer da anarquia dos mercados e não por culpa da economia real".


O presidente brasileiro teve palavras duras para aqueles que ganham dinheiro sem "uma gota de suor" e também "para os que antes diziam que o Estado era um obstáculo, mas quando chegou a crise foram os primeiros a se dirigirem ao Estado".


Em sua opinião, chegou o momento da ação política, que estabelecerá como prioridades econômicas a luta contra a fome, a pobreza e a desigualdade, que estão na origem de outros problemas como a imigração e a insegurança.


O presidente brasileiro descreveu a cúpula do G20, que será realizada no dia 15 em Washington, como o início "de um longo caminho" para criar uma economia mais solidária e justa, para a qual exigiu dos líderes mundiais uma "visão renovada".


Neste sentido comemorou a ampliação do formato tradicional do G8 - os sete países mais desenvolvidos do mundo e a Rússia - às economias emergentes, embora tenha afirmado que, mesmo assim, são necessários muitos outros países para se construir a nova economia mundial.


Ao final de seu discurso oficial, Lula pediu a solidariedade e a unidade de organizações sindicais, às quais convidou a fazer um diagnóstico da situação e a apresentarem soluções.


Finalmente disse que a crise financeira não é um problema somente econômico, mas "ético e moral", afirmação na qual concordou com os representantes dos sindicatos italianos que tinham discursado antes e que denunciaram que "a precariedade do mercado de trabalho despojou muitos de seus direitos fundamentais". EFE

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